Mais benefícios ao funcionário é a saída para construção civil

03/11/11 - 00:00 > CONSTRUÇÃO
Thatiana Pimentel

recife são paulo - Oferta de cursos profissionalizantes, aumento de benefícios para os parentes dos funcionários e até contratação de mão de obra estrangeira são algumas das soluções encontradas pelas empresas do setor de construção civil para driblar o déficit visto no segmento. Com as demandas inclusive de grandes obras como as de infraestrutura, criar alternativas para manter os funcionários dentro dos canteiros virou uma arma desse mercado.

Especializada em recursos humanos e em soluções de contratação, a empresa Ecobenefícios afirma que para que o cenário na construção seja alterado é preciso haver uma mudança na estrutura educacional brasileira. "A questão essencial para redução do gargalo de mão de obra é o enriquecimento do modelo educacional brasileiro. As medidas são semelhantes às que foram adotadas nos Estados Unidos e no Japão no pós-guerra: os países remodelaram seu sistema educacional com ênfase em ciências exatas e em planejamento, o que elevou o nível de qualificação da mão de obra", disse Alexandre Leite, diretor-executivo da empresa. Para ele, a solução mais cabível para o problema de saída de profissionais que já atuam na área seria justamente aumentar o pacote de benefícios.

Sobre a necessidade de trazer mão de obra estrangeira para os campos de obra, o executivo acredita ser necessário para este momento. "Até que tenhamos desenvolvido no País novas disciplinas que incentivem o planejamento, vamos precisar trazer pessoas de fora para melhorar a formação interna. Essa alteração não é rápida e deve ser feita de maneira estruturada", diz.

Outra medida que já está se tornando comum dentro das empresas de construção é a divisão dos lucros das obras. Na construtora Araguaia, forte no mercado do centro-oeste, esta já é uma pratica comum. "Precisamos achar formas de atrair o trabalhador qualificado que, muitas vezes se forma em Brasília, e logo migra para o sudeste", afirmou Antonio Greoles Sole, diretor da empresa.

A mesma estratégia foi adotada no sudeste, na construtora Settin. O presidente do grupo, Antonio Settin, afirmou que uma das soluções encontradas para diminuir o número de faltas no canteiro de obras é a parcela no Valor Geral de Vendas (VGV) durante a construção. "Precisamos oferecer, além de todos os bônus necessários, parcerias e parcelas dentro da obra num todo", disse. Além do sudeste e do centro-oeste, o nordeste também vem sofrendo com a alta demanda. De acordo com Danilo Ribeiro, diretor de serviços técnicos da Cônsul Patrimonial a demanda, no entanto, é menor no nordeste. " Vale observar que o gargalo aqui é um pouco menor que em outras regiões, principalmente sul e sudeste, e isso se deve ao retorno de trabalhadores nordestinos às suas regiões de origem, em uma imigração inversa."

De acordo com o executivo, quando isso acontece o funcionário já adquiriu conhecimento na área a de construção civil em outras regiões e retornam. "O aquecimento da economia no Nordeste, principalmente no setor imobiliário, proporcionou tal oportunidade", concluiu o executivo.

Mesmo com o retorno de funcionários, o executivo lida com falta de mão de obra em alguns setores, como engenheiros especializados e mestre de obras. Pra reverter este número, a Cônsul Patrimonial criou um projeto piloto de profissionalização que deverá ter sua primeira turma aberta em 2012.

"Pretendemos contar com o apoio das grandes construtoras e incorporadoras, havendo, desta forma, possibilidade de subsidiar o valor cobrado ao profissional, ou, dependendo da negociação, não onerá-lo, proporcionando-lhe o curso de forma gratuita para que depois da graduação ele tenha imediata inserção no mercado de trabalho junto a estas empresas parceiras", disse.

"Desta forma, um funcionário que trabalha como servente ou ajudante, por exemplo, pode se formar pedreiro, carpinteiro, eletricista ou encanador em pouco tempo, e isto é vantajoso para a empresa e para o trabalhador."

Greve

No nordeste, os trabalhadores da construção civil de Pernambuco entraram em greve no começo da semana. O sindicato da categoria exige um reajuste de 15% nos salários. Os operários alegavam que o aumento devia ser proporcional à atual valorização nos preços dos imóveis no estado. Mais de 70 mil trabalhadores afirmaram que ficariam de braços cruzados por tempo indeterminado, desde a última segunda-feira, 31 de outubro. O protesto iria interromper 2 mil obras que estão em andamento. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (conhecido como Marreta) também quer um aumento de 70% para 100% no pagamento de horas extras. Atualmente, o piso salarial dos profissionais da construção civil no nordeste é cerca de R$ 807 (R$ 607 para serventes).

 

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Extraído de DCI

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